Depois de se encontrar com profissionais do Banco Central, o diretor do WhatsApp, Will Cathcart, declarou em comunicado oficial que vai continuar atuando em colaboração com os seus parceiros e as autoridades nacionais a fim de voltar com a função de pagamento pelo app.
A função de envio e recebimento de dinheiro foi divulgada como um teste no Brasil em junho. No entanto, o Banco Central e o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) vetaram a ação que tinha a participação da Cielo, Mastercard, Visa, do Nubank e de outras instituições financeiras.
Avaliação sobre a opção de pagamentos pelo WhatsApp
Conforme o Banco Central, a resolução ocorreu visando “preservar um adequado ambiente competitivo, que assegure o funcionamento de um sistema de pagamentos interoperável, rápido, seguro, transparente, aberto e barato”.
Além disso, a Superintendência Geral do Cade iniciou um processo administrativo para verificar a influência da iniciativa, bem como os riscos envolvidos. Conforme a avaliação do regulador, “a Cielo possui elevada participação no mercado nacional de credenciamento de captura de transações”, aliado aos 120 milhões de usuários do WhatsApp no Brasil, o serviço pode garantir na sua entrada um “poder de mercado significante”.
“Tal base seria de difícil criação ou replicação por concorrentes da Cielo, sobretudo se o acordo em apuração envolver exclusividade entre elas. De qualquer modo, fica evidente que a base de usuários do WhatsApp propicia um potencial muito grande de transações que a Cielo poderia explorar isoladamente, a depender da forma como a operação foi desenhada”, afirmou a Superintendência em despacho.
Como o veto, após um crescimento de 28% das ações entre 15 e 23 de junho, os papéis da Cielo (CIEL3) finalizaram o dia 24 com uma redução de 13%. Conforme Catchcart, o regulador frisou, no encontro, o desejo de achar um formato com as instituições para que a função possa ser retomada, além de abranger outras autoridades para sanar qualquer pendencia.
“O WhatsApp afirmou seu apoio a um modelo pró-competitivo e aberto para pagamentos e também seu compromisso em fornecer pagamentos via PIX tão logo o sistema esteja disponível. O Banco Central ressaltou que respalda plataformas como o WhatsApp que estão inovando em pagamentos digitais e criando novas maneiras de apoiar pessoas e pequenas empresas em todo o Brasil”, disse em nota.
Banco Central prepara lançamento de sistema de pagamento instantâneos
O Banco Central também está agilizando a criação do PIX, o novo sistema de pagamentos instantâneos, que vai oportunizar negócios como transferências e pagamentos, em apenas 10 segundos, durante o dia inteiro e até nos finais de semana e feriados. As agencias necessitam adotar esse novo sistema até novembro desse ano.
Vale salientar que o regulador está liderando a implementação do sistema, que está sendo desenvolvido de maneira colaborativa com a intenção de elevar a eficiência e a competitividade entre o mercado de pagamento.
A expectativa do Banco Central é que, o lançamento de uma estrutura aberta, novos campos de mercados comecem a ser explorados, provocando novidades nos métodos de pagamento e a inclusão de milhões de desbancarizados no meio financeiro.
Recentemente, o BC ainda divulgou que o PIX deve ser gratuito para as físicas e contar com serviços de saques em redes varejistas, como opção ao sistema bancário tradicional. Os repasses entre as pessoas, pagamentos de boletos, pagamento de taxas e serviços poderão ser incluídos na lista de funcionalidades desse sistema.