Boa parte das companhias nos Estados Unidos planeja dar continuidade ao sistema de teletrabalho, ao menos, de maneira parcial, depois do controle da crise desencadeada pelo novo coronavírus. As informações foram reveladas por um estudo promovido por um empreendimento econômico e publicado nesta segunda-feira (27).
“Dois em cada três entrevistados concordam que a experiência de sua empresa com a pandemia de coronavírus levará a contratações e acordos de trabalho mais flexíveis em seus negócios”, pontuou a Associação Nacional para Economia Empresarial (NABE) em seu relatório trimestral.
Empresas norte-americanas devem apostar no teletrabalho
Sendo assim, mais de 80% dos entrevistados revelaram que o seu negócio vai seguir com ao menos algum nível de home office depois da pandemia. O levantamento, feito entre 2 a 14 de julho, se concentrou o clima dos empreendimentos e mostrou os resultados do segundo trimestre do ano, bem como as estimativas de curto prazo da empresa ou segmentos avaliados.
“Os resultados da pesquisa NABE (…) mostram mudanças contínuas no clima dos negócios, mas com melhorias acentuadas na maioria dos indicadores em comparação com a pesquisa realizada em abril”, resumiu a presidente do NABE, Constance Hunter.
Um terço dos negócios analisados voltou com o cotidiano normal, só que a mesma quantidade não acredita que essa retomada se sustente por mais de um semestre. As empresas das áreas financeiras, seguros e imobiliárias são aquelas que retornaram a uma operação habitual (42%), seguidas pelas empresas do setor de serviços (35%).
Avaliação da “volta à normalidade” no país
No entanto, 30% dos participantes do estudo entendem que a volta a normalidade não ultrapassará seis meses, em comparação a 16% do mês de abril. O estudo foi promovido no decorrer do reaparecimento da pandemia nos Estados Unidos.
Desta maneira, municípios e estados do Sul e Oeste norte-americano necessitaram adotar diretrizes mais severas para controlar o agravamento do coronavírus, algo que deve fazer com que a recuperação da economia seja ainda mais lenta.
No ambiente de trabalho, as companhias colocaram em pratica três ações diferenciadas desde março para conter o impacto financeiro dessa crise: a paralisação das contratações (indicado pela metade das empresas consultadas), desligamento de funcionários (um terço dos negócios) e a definição de licenças não remuneradas para os seus colaboradores em 34% das empresas.
Além disso, cerca de 20% dos empreendedores alegaram que reduziram salários no segundo trimestre desse ano. Nenhuma companhia tinha feito isso nos últimos três meses do ano passado. E 82% das pessoas entrevistadas acreditam que os salários devem seguir nos patamares atuais a médio e longo prazo.
Por fim, a pesquisa também revelou que a margem de lucratividade das companhias nos Estados Unidos melhorou no segundo trimestre de 2020, todavia seguem em um patamar historicamente baixo.