Um estudo promovido pelo laboratório especializado em segurança digital da PSafe apontou que mais de 15 mil pessoas tem o WhatsApp clonado todos os dias no país. No mês passado, a quantidade de vítimas aumentou 25% em comparação com agosto.
A avaliação indica que mais de 473 mil brasileiros possam ter caído em algum golpe nessa época. São Paulo é o grande foco dos golpes, com mais de 100 mil pessoas atingidos, seguido de perto pelo Rio de Janeiro, com 60 mil, e Minas Gerais com 43mil.
Conforme o diretor do laboratório, Emilio Simoni, o golpe da clonagem do aplicativo de mensagens não é um pishing, mas uma ação que se inicia com uma manobra social, isso significa uma movimentação para enganar o alvo escolhido.
“Os fraudadores têm robôs que monitoram sites de vendas. Quando entra um anúncio novo, em questão de dois ou três minutos já entram em contato com a pessoa tentando convencê-la a dar o código de verificação com alguma justificativa. É uma manipulação psicológica. A pessoa acaba passando, sem perceber que esse número é do Whatsapp”.
Simoni acrescentou: “isso também acontece muito no Instagram. Os estelionatários observam que a vítima interage com algum perfil de hotel ou restaurante e entram em contato forjando o sorteio de um jantar ou de uma diária”.
No comando da conta da pessoa, os golpistas acionam os contatos e os grupos no aplicativo, normalmente, se passando pela vítima tentando solicitar dinheiro emprestado. Geralmente, essa é a ação articulada pelos criminosos.
De acordo com Simoni, há grupos de criminosos que conseguem embolsar até 15 mil reais semanalmente. E que, para impedir que a vítima tenha como readquirir a sua conta no aplicativo de mensagens, a verificação em etapas é acionada prontamente.
Aumento dos golpes no WhatsApp nos últimos meses
Na verdade, os especialistas em segurança recomendam que os usuários acionem a verificação em duas etapas como proteção. Além disso, o diretor do laboratório também dá uma dica importante em uma eventual armadilha:
“Uma dica, caso caia na armadilha, é errar essa senha muitas vezes. O app vai ser bloqueado por segurança, e os estelionatários não vão conseguir agir. A pessoa terá tempo para ir à polícia, avisar os contatos e fazer contato com o Whatsapp, solicitando a recuperação da conta”, disse em entrevista ao site da Pequenas Empresas e Grandes Negócios.
Entre os meses de março e agosto, o Instituto de Segurança Pública (ISP) chegou a contabilizar um crescimento de 273% em crimes virtuais – uma quantia quatro vezes superior em comparação a mesma época de 2019. Sendo assim, a Polícia Civil também indica que o usuário ative a confirmação em duas etapas sempre quando for possível.