Muitos estão recorrendo às chamadas de vídeo online graças a COVID-19, a doença do coronavírus. Com escolas, empresas e restaurantes fechados, as pessoas estão cada vez mais se mudando para a plataforma de videochamada Zoom para trabalho e socialização. A empresa diz que suas ações já aumentaram mais de 100% desde que o surto se espalhou.

Algumas pessoas estão se adaptando aos jogos e festas do Zoom como uma maneira de interagir com os amigos e manter contato, mas outras estão começando a se sentir esgotadas com o que se chama fadiga do Zoom. Algumas pessoas compartilharam como estão usando o Zoom e o que estão fazendo para combater o esgotamento.

Fee Pelz-Sharpe, uma estudante de 20 anos, começou a sentir-se esgotada pelas ligações com o Zoom quase imediatamente, embora algumas aulas fossem opcionais e pudessem assistir gravações mais tarde. Eles usam o Zoom principalmente para as aulas, que se tornaram remotas nesta primavera, e também para conversar com amigos.

Fadiga no home office

Alguns dos problemas técnicos comuns ao Zoom e outros softwares de videochamadas também contribuíram para o esgotamento da Pelz-Sharpe. Eles mencionaram que é frustrante e exaustivo tentar manter uma conversa enquanto a internet de alguns participantes é lenta, para que o áudio fique fora de sincronia ou os vídeos possam congelar.

A fadiga do zoom parece especialmente persistente entre os profissionais e alunos. Bernadette Bruu, uma estudante de 20 anos, disse: “Senti fadiga com o zoom antes mesmo de começar a usá-lo, honestamente”.

O fundador e investidor Nemoy Rau, 36 anos, disse que sempre sentiu um nível de fadiga do Zoom, embora tenha aumentado recentemente. Sua empresa não usa o Zoom por questões de segurança, mas ele o usa para conversar com amigos e familiares, aconselhar outras startups e fundos e para grupos religiosos.

Como outros disseram, Rau considera as chamadas apenas de áudio preferíveis ao vídeo, e ele geralmente sugere que todos desliguem suas webcams. “Eu sempre brinco e digo: todos sabemos como todos são, exceto a largura de banda”, disse ele.

Exaustão profissional x Zoom

Como a pandemia terminou com a maioria das reuniões pessoais, ter uma webcam ligada durante as chamadas tornou-se uma expectativa, diz Rau, e as pessoas se sentem compelidas a usar o vídeo em todas as chamadas. Bruu observou um sentimento semelhante sobre as videochamadas, dada a capacidade de assistir a si mesmo na tela e o conhecimento de que outras pessoas estão assistindo você.

De acordo com Laura Hamill , que é Ph.D em psicologia organizacional, Zoom é “apenas uma peça do quebra-cabeça” do mundo, contribuindo agora para um aumento da carga cognitiva. Ela ressaltou que viver uma pandemia, injustiça racial e protestos, além de todas as distrações que acompanham o Zoom, pode levar à fadiga e, eventualmente, ao esgotamento.

Cada pessoa que lida com o burnout do Zoom mencionou tentar passar algum tempo offline e se concentrar em hobbies analógicos, embora ninguém ainda tenha encontrado uma maneira de curar seu cansaço.

O Dr. Hamill sugere aumentar os recursos enquanto diminui as demandas, se possível. Por exemplo, ela disse que ter uma mentalidade de bem-estar, mostrar compaixão por si mesmo e dedicar tempo às conexões sociais que não são do trabalho pode ajudar.

As organizações podem aumentar os recursos incentivando e apoiando a flexibilidade e o entendimento, e não fazendo suposições sobre o que está acontecendo na vida das pessoas no momento.