Do começo da crise provocada pela pandemia, no mês de março, até a atualidade, as franquias saíram de uma expectativa otimista para uma situação de queda no faturamento. Essa é uma das conclusões da pesquisa Gestão de Crise no Franchising – 2a Onda, realizada pela Praxis Business.
A consultoria entrevistou franqueadores logo no começo da quarentena, e depois, nos meses de maio e junho. No começo do período de distanciamento, 60% das redes estimavam que seriam capazes de ter algum crescimento em 2020. Agora, 66% acreditam em uma redução de 66% na lucratividade. Os dados se referem a uma comparação de mesma base de lojas, ou same store sales.
Vale salientar que o levantamento contou com 76 redes, que correspondem a 16,6 mil unidades franqueadas. Pouco mais de 50% dessas lojas são localizadas em ruas (54,2%). Um terço (33,8%) fica em shopping centers ou centros comerciais, e 10,7% em escritórios, home office ou formatos móveis.
Vendas digitais
A maioria absoluta das redes de franquia – 97% – estão utilizando alguma forma de venda remota. A ferramenta preferida é é o WhatsApp (37%), seguida das plataformas de delivery (29%). As televendas são usadas por 9%, e 7% têm e-commerce próprio. O Instagram é citado por 3%.
Há, todavia, problemas para efetuar vendas online. O principal é a atratividade ou viabilidade financeira para todas as partes. O fator humano é citado como desafio por 19% dos participantes, e a logística, por 16%.
Por isso, um terço das redes envolveu os franqueados nas comercializações feitas pelas plataformas, seja na concretização, entrega ou em ambas as etapas. Em 22% das redes pesquisadas, não existe qualquer aproximação ao franqueado e sequer repasse. Em 12% dos casos, a franqueadora faz algum repasse, determinado por território ou por outros fatores.
Ainda assim, 68% das redes avisou ter desenvolvido um produto para atender as demandas do mercado. Além disso, mais da metade citaram que a rede está liberando cupons de descontos, destes, 65% o fazem para readequar preços ao cenário de crise, e 35%, para antecipar vendas futuras.
Os especialistas salientam que a crise reforçou o protagonismo do papel das partes no franchising: o franqueador inova, e o franqueado implementa. E o franqueador tem uma lição de casa: pensar na remonetização, para que todos os elos da cadeia ganhem com os novos canais de venda”.
Franquias priorizam o marketing digital
Sendo assim, o marketing digital se transformou em uma das prioridades das franqueadores, com 70% fornecendo qualificação para que o franqueado efetue a gestão da marca regionalmente. Os treinos mais comuns são os de Instagram (64% das redes) e WhatsApp (61%).
Portanto, as redes ainda estão procurando fomentar o engajamento de seus franqueados com diversas ações. Entre essas iniciativas, as lives passaram a ser feitas por 77% das franqueadoras. Também se sucedeu a intensificação das ações de suporte ou consultoria de campo (ainda que remota), para 69%, e o reforço dos comunicados oficiais, adotado por 61%.
Por isso, as redes de franquias ainda tem a missão de batalhar pelo equilíbrio financeiro e emocional dos empreendedores. Afinal, essa é uma época de dificuldades inesperadas e que exige um olhar para o lado humano de todos os envolvidos.