A artesã Luciana Parapoty trabalha com produção e venda de cestas, acessórios e peças decorativas desde a infância em Maricá, no Rio de Janeiro. Mas, o isolamento social fez com que as atividades fossem canceladas, uma vez que a loja da aldeia foi fechada e as vendas, que são a principal renda da comunidade, caÃram muito. Agora, o desafio é migrar para vendas online.
“A maioria que vive na aldeia, vive de artesanato. A gente recebia turistas e estudantes e vendia o que a gente faz na lojinha aqui da aldeia. Decidimos fechar também pela nossa saúde. Mas ficou muito difÃcil”, disse a artesã em entrevista a Agencia Brasil, aliviada com o fato de a aldeia com 90 pessoas não teve casos de covid-19.
Para aumentar a visibilidade, a aldeia se juntou a um coletivo de marcas. E, que desde o começo da pandemia do novo coronavÃrus promove transmissão ao vivo para divulgar produtos de pequenos produtos. O coletivo desenvolveu ainda uma página na internet para vendas online e auxilia os produtores a mostrar e encaminhar os seus itens para os clientes.
Em contra partida, a plataforma exige 10% dos valores das vendas online e uma mensalidade que concede direito a integrar as transmissões ao vivo. Alguns vendedores, como os artesões da aldeia indÃgena, estão começando a aprender como são realizadas as vendas online em função da necessidade de quarentena.
“Trabalhamos muito com artesanato, mas não temos experiência na hora de aparecer na câmera para vender. Tivemos que criar um Instagram, e sou eu que vou apresentar”, disse ela, que confessa ainda estar se preparando para estrear nas transmissões ao vivo da internet. “Nem sei como vai ser”.
Lives para impulsionar vendas online de pequenos produtos
Além de Luciana, estarão presentes na feira deste fim de semana ex-integrantes da ocupação Aldeia Maracanã e a indÃgena Weena Tikuna, que tem um grife de moda indÃgena e produz roupas femininas, masculinas e plus size.
Vale salientar que a idealizadora da feira, Marina Carneira, pontuou que cada produtor conta com meia-hora para mostrar as suas mercadorias, que seguem a disposição do público na loja virtual. Mesmo que a ação seja carioca, há marcas e clientes de todos os estados brasileiros.
De acordo com Carneira, o começo do movimento nas redes sociais ocorreu quando notou que os pequenos produtos divulgados na loja fÃsica do projeto, em um shopping no Rio de Janeiro, não possuÃam qualquer conhecimento das ferramentas digitais e dependiam totalmente de feiras e eventos para vender os seus produtos.
“A cada edição, vamos ouvindo o retorno dos clientes e melhorando. Tem gente que compra de várias marcas e, depois da feira, recebe um batom, uma blusa, um hambúrguer e um sorvete”, exemplifica Marina, sobre a diversidade de produtos expostos. “Para os produtores, essa feira possibilitou ter uma data, que é algo que a pandemia tirou da gente. Ter aquela adrenalina de produzir e se preparar para vender”.
Em nome de pequenos produtores, ela faz um apelo aos consumidores: “Em vez de pedir um hambúrguer daquela marca grande, por que não pedir o do seu vizinho que tá ali do lado e pode estar fazendo um trabalho bacana? A gente faz esse apelo, e as pessoas têm recebido de uma forma muito positiva”.