O Facebook está suspendendo sua proibição de compartilhar artigos de notícias na

Austrália depois que o governo do país concordou em alterar uma proposta de lei que exigiria que as empresas de internet pagassem aos editores de notícias por seu conteúdo.

As alterações, anunciadas pelo governo australiano, incluem uma que poderia isentar o Facebook da proposta de lei de pagamento de mídia.

Especificamente, o governo levará em consideração se uma empresa de internet “fez uma contribuição significativa para a sustentabilidade da indústria de notícias australiana” ao decidir se ela se enquadrará na lei de pagamento de mídia.

Isso é uma boa notícia para o Facebook. A rede social já tem um programa de parceria jornalismo local para apoiar e editores de mídia pagar mesmo em algumas circunstâncias.

“Depois de mais discussões com o governo australiano, chegamos a um acordo que nos permitirá apoiar as editoras que escolhermos, incluindo editoras pequenas e locais”, disse Campbell Brown, vice-presidente da Global News Partnerships do Facebook, em um comunicado.

Ao mesmo tempo, o Facebook diz que não tem obrigação legal na Austrália de divulgar as notícias aos seus usuários.

Portanto, a rede social pode interromper o compartilhamento de notícias novamente se discordar da aplicação da lei de pagamento de mídia.

“Daqui para frente, o governo esclareceu que manteremos a capacidade de decidir se as notícias aparecem no Facebook para que não fiquemos automaticamente sujeitos a uma negociação forçada”, acrescentou Brown.

Decisão do Facebook de bloquear compartilhamento na Austrália gerou polêmica

O Facebook tem se oposto à proposta de pagamento de mídia porque assume que o Facebook é como o Google e está agregando intencionalmente artigos de notícias para compartilhar com os usuários.

A rede social argumenta que editores e usuários de mídia publicam voluntariamente artigos de notícias em sua plataforma, que podem ser exibidos gratuitamente a milhões de leitores em potencial.

“No ano passado, o Facebook gerou aproximadamente 5,1 bilhões de referências gratuitas para editores australianos no valor estimado de AU $ 407 milhões”, disse a rede social na semana passada.

Por outro lado, o Facebook disse que ganharia pouco valor financeiro com o pagamento dos meios de comunicação, citando como os artigos de notícias respondem por “menos de 4% do conteúdo que as pessoas veem em seu feed de notícias”.

No entanto, a decisão do Facebook de bloquear o compartilhamento de notícias no país causou indignação de usuários locais, legisladores internacionais e editores de mídia.

No entanto, outros críticos apontaram que a lei de pagamento de mídia da Austrália provavelmente foi projetada para beneficiar o império de mídia da News Corp de Rupert Murdoch.

O Facebook planeja restaurar o acesso ao compartilhamento de notícias na Austrália nos próximos dias.

Se a empresa acabar caindo sob a lei de pagamento de mídia, então – por meio de uma nova emenda anunciada na terça-feira – o Facebook terá dois meses para negociar acordos com editores de notícias sobre como pagá-los.

Se o prazo terminar sem uma resolução, o governo se envolverá em um processo de “arbitragem final”.