No mês de maio, o sistema de home office foi realizado por 13,3% dos brasileiros ocupados, correspondendo a 8,7 milhões de profissionais, de acordo com pesquisa baseada na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Covid-19 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A informação faz parte da nota técnica Teletrabalho na pandemia: efetivo versus potencial, divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Essa quantidade é inferior a expectativa projetada anteriormente pelos pesquisadores do IPE e do IBGE, que estimaram que o serviço desempenhado de maneira remota poderia ocorrer para 22,8% das ocupações no território nacional, chegando a quase 21 milhões de pessoas.
Em maio, 84,4 milhões de brasileiros estavam ocupados. Dessa quantia, cerca de 19 milhões, 22,5% estavam longe de suas atividades profissionais, sendo que 15,7 milhões de pessoas afirmaram que estavam fora dos locais de trabalho em função do distanciamento social, o que representa 83% dos afastamentos.
“Assim, 65,4 milhões de indivíduos exerciam suas atividades laborais em maio no país – 13,3% (8,7 milhões) das pessoas ocupadas e não afastadas do trabalho estavam exercendo suas atividades de forma remota ao longo de maio de 2020”, diz a nota técnica.
Desigualdade nas regiões no modalidade home office
Da mesma forma que na pesquisa anterior, existe uma alta desigualdade nos resultados por estados, com Brasília contando com a maior proporção de funcionários desempenhando as suas funções de maneira remota (25%). Em contrapartida, o Mato Grosso tem apenas 4,5% de profissionais ocupados em modalidade de home office no mês de maio.
Conforme o levantamento, o local com a maior quantia de trabalhadores efetivamente quando de modo remoto é o Sudeste, com 5 milhões de pessoas, o que equivale a 17,2% do total de funcionários na região.
Esse momento corresponde a quase 60% do total de profissionais ocupados remotamente. No entanto, a Região Norte tem somente 325 mil dos profissionais em atividades maneira a distância. Em quantidade de pessoas, 3,1 milhões (36%) dos trabalhadores em teletrabalho estão no estado de São Paulo; 1,2 milhão (13,6%), no Rio de Janeiro; e 685 mil (7,9%), em Minas Gerais.
“Comparando com o potencial de teletrabalho calculado anteriormente, o Piauí, que apresentara o menor percentual de teletrabalho potencial, é, pela PNAD Covid-19 de maio, o sétimo estado com maior percentual de pessoas ocupadas exercendo suas atividades de forma remota. Ao mesmo tempo, Santa Catarina, estado que era o quarto maior potencial de teletrabalho, foi o 19º no percentual de ocupados efetivamente trabalhando remotamente”, mostrou a pesquisa.
Gênero, raça e escolaridade
A pesquisa ainda indicou que 10% dos homens ocupados estavam atuando remotamente, ao mesmo tempo em que 18% das mulheres fizeram as suas funções a distância. Levando em consideração só os profissionais que estão no home office, 46,5% eram homens e 53,6% mulheres. “Ao segmentar por cor/raça, tem-se que 63,7% dos ocupados em atividade remota são brancos, enquanto 34,3% são pardos ou pretos”, apontou o Ipea.
O levantamento ainda mostrou que 38% ou 6,3 milhões de profissionais com diploma de graduação estavam em funções remotas, o que equivale a 73% de funcionários em home office. Todavia, 0,8% e 1,9% dos funcionários em teletrabalho não conta com qualquer tipo de qualificação e possui ensino fundamental completa ou médio incompleto, respectivamente.
