O empreendedorismo está encarando um momento de transformação devido aos efeitos da pandemia do novo coronavírus. Sendo assim, uma verdadeira revolução digital aconteceu em vários segmentos, incluindo o varejo. Desta maneira, as vendas online dispararam no território nacional.
Com uma alteração no perfil do cliente, as companhias necessitam ajustar os seus procedimentos para alcançar e dar conta dessa nova demanda. “Neste momento, sobrevivência nada mais é do que se adaptar a esse ambiente”, salientou Marcio Kumruian, fundador e CEO da Netshoes, em entrevista ao Statse ao vivo.
De acordo com o executivo, muitas profissões saíram muito mais requisitadas e até serão criadas nessa etapa, com todo foco no universo digital. Por isso, a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) e pelo Movimento Compre&Confie preparou uma pesquisa para avaliar o movimento nos canais digitais brasileiros.
De acordo com o levantamento, as vendas online de certas categorias mais que duplicaram os seus números no país. O principal exemplo é o segmento de saúde que registrou uma elevação de 111%. Já as áreas de beleza, perfumaria e supermercados obtiveram desempenho acima dos 80% nos faturamentos.
Vale salientar que o estudo fez uma comparação entre as vendas online realizadas nos meses de fevereiro e março deste ano com o mesmo período do ano passado. “Estamos desde 2000 ‘evangelizando’ as pessoas a comprarem no online. Pela primeira vez, em cinco anos, nosso número de clientes novos ultrapassou o número de clientes antigos da plataforma”, ressaltou.
O que acontecerá com as vendas online após a crise?
No entanto, os especialistas ainda não sabem precisar o que ocorrerá com o ecommerce brasileiro após a pandemia. Para Kumruian, o país enfrenta uma desaceleração do consumo em muitos nichos, e simultaneamente, uma mudança de funcionários e empreendimentos para o sistema virtual.
“Como o e-commerce está vendendo mais, as empresas estão precisando se estruturar. Um exemplo disso são as novas contratações de grandes companhias como Amazon e Alibaba”, ressaltou o empreendedor.
Todavia, o futuro pode ser bastante promissor para os negócios que estão abraçando o universo online. “Por conta do vírus, locais pequenos podem se tornar grandes centros de distribuição e delivery, por exemplo, enquanto os espaços maiores continuam com a convivência”, explicou.
No entanto, os empreendedores ainda devem estar prontos para lidar com a retomada no que recebe o nome de “primeira grande onda de consumo”, com um auge de pedidos muito breve, só que intenso, no comércio de forma em geral depois da suspensão das medidas de distanciamento social.
“Acredito que os setores estão sendo redescobertos com essa pandemia. No caso do varejo, o importante é sempre lembrar que o cliente está no centro de tudo. Temos que fazer o básico bem feito — entregando no prazo e atendendo muito bem o consumidor para que as compras possam se tornar recorrentes”, ressaltou o executivo.
De qualquer maneira, as vendas online viraram algo indispensável para os empreendimentos pequenos, médios e grandes nos dias de hoje. Portanto, o processo de adequação as novas plataformas tende a englobar e todos os setores a curto ou médio prazo.